terça-feira, 6 de março de 2012

***O que vem e vai...

"A razão é como uma equação
De matemática... tira a prática
De sermos... um pouco mais de nós!"

O Teatro Mágico - A Fé Solúvel


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

***Semente...





Ally fez um pedido e assoprou com todo o seu fôlego o dente de leão, deixando o cabo sem uma única semente. Ela desejava que o vento levasse os seus desejos assim como ele carregava aquelas pluminhas engraçadas, ficava pensando se seu pedido um dia seria um dente de leão bem gorducho cheio de sementinhas felpudas, se tornando assim a semente da realização de alguém...
Ela olhou para o céu, procurando por algum sinal de chuva, mas não, o dia ficaria ensolarado o tempo todo, e ela se sentiu renovada, caminhou até o carvalho antigo e se sentou na sombra, enquanto pensava passava a mão na relva rala que crescia ali por perto, ela pensava nos amigos que haviam passado e entrado na sua vida, aqueles que deixaram marcas eternas no seu coração, algumas bonitas, outras horríveis, mas ela gostava de todas elas, e amava cada uma das cicatrizes. Ficou pensando em como não sentia raiva, ódio ou qualquer outra coisa desse tipo, claro... ela se sentia triste por alguns acontecimentos, chateada com alguns outros, mas nada que ela não tivesse a certeza de que passaria.
Ela se encostou no tronco da grande árvore e viu um esquilo correr sorrateiro por entre os galhos, pensou em como ela crescera, no quanto havia mudado, qual a quantidade de ramos haveriam em sua árvore agora? E quantos frutos? Haveriam pequenos animais vivendo nela? Tudo o que ela sabia, é que ela gostava de quem estava se tornando, gostava das mudanças que havia acontecido, das coisas que havia notado e aprendido, ela gostava de ser mulher, ainda tinha alguns impulsos e vontades infantis, mas sem dúvida alguma... Ally agora havia crescido!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma Pequena Teoria


"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens, escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-las."

Markus Zusak - A Menina que Roubava Livros

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Morte


Ally já não a reconhecia, tinha certeza de que era a mesma pessoa... aparentemente, pois seu interior havia mudado e ela sabia disso pois Vlinderën não a olhava nos olhos. Por um tempo ela só observou a elfa com asas de borboleta que agora já não eram mais vivas como antes, o que haveria acontecido? Ally sabia a resposta mas não queria acreditar... continuou observando a situação, sabia que os novos acontecimentos foram um dos fatores que as levaram a ficar tanto tempo sem se ver, mas sabia também que isso não justificava aquela distância naquele momento e muito menos o fato de sua amiga não olha-la nos olhos... Ally sentia muito, mas não poderia fazer nada... pois havia descoberto que as coisas que as pessoas dizem não passam de palavras organizadas em uma frase e com o tempo se desgastam se não houver um significado forte e verdadeiro o suficiente... Naquele momento Ally percebeu que o que havia sido verdadeiro, estava guardado apenas dentro dela, na mente da outra já era uma quimera esquecida.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Última Batalha


"Então Aslam voltou-se para eles dizendo... - Todos vocês estão mortos - como se costuma dizer nas Terras Sombrias. Acabaram-se as aulas: chegaram as férias! Acabou-se o sonho: rompeu-se a manhã...
Para nós, este é o fim de todas as histórias, e podemos dizer, com absoluta certeza, que todos viveram felizes para sempre. Para eles, porém, este foi apenas o começo da verdadeira história.Toda a vida deles neste mundo e todas as suas aventuras em Nárnia haviam sido apenas a capa e a primeira página do livro. Agora, finalmente, estavam começando o Capítulo I da Grande História que ninguém na Terra jamais leu: a história que continua eternamente e na qual cada capítulo é muito melhor do que o anterior."

As Crônicas de Narnia - C.S Lewis

sábado, 2 de abril de 2011

Alénmar antes d'Elle


Alénmar era um mundo livre aonde todos tinham algo em especial, as pessoas se amavam e nada era impossível nem mesmo voar, havia um deus não corpóreo que vivia dentro de cada um de seus habitantes, que se respeitavam mutuamente pois cada um deles era um deus com habilidades diferentes. O Deus de Alénmar não era perfeito, ele era quase humano não fosse pela sua forma e idade, habitava o mundo desde que as primeiras histórias surgiram.

Como é de se esperar em um mundo fora do comum, existem cores que não conhecemos, seres que somente imaginamos, cheiros que nosso olfato jamais captou, o que faz Alénmar diferente, é a sensibilidade, tanto o mundo quanto os habitantes tem um jeito muito delicado e detalhista de enxergar a vida.

Ella adora viver nesse lugar...Mas ela... se sentia... Insensível. Todos os habitantes de Alénmar possuíam algo em especial, uns podiam voar, outros cantavam tão maravilhosamente que era impossível não parar para ouvir, alguns tocavam e era como se a música tivesse vida, existiam aqueles que dançavam e davam voz aos movimentos, os que cozinhavam e acredite somente pelo cheiro você poderia sentir o gosto da comida, havia até quem conversasse com animais e eles respondiam, e aqueles que consertavam coisas apenas com um toque, e assim por diante cada pessoa com algo maravilhosamente especial, menos Ella.

Ella não sabia cantar, não sabia tocar, não sabia nem ao menos assoviar, não dançava, não cozinhava e era um desastre em consertar qualquer coisa, assim pensava, poderia fazer todas essas coisas, mas nenhuma como gostaria. Então começou a pensar em como? Por quê? Somente ela naquele mundo inteiro não teria nada em especial? Resolveu ir para as Terras de Além Bosque, essas terras pertenciam a um soberano que quase ninguém conhecia, esse rei a tinha como filha, mas havia decidido ir para lá por causa do descampado das flores, lá era um lugar ótimo para falar com deus, nunca tinha pensado em ir para um lugar para conversar consigo mesma, mas achou que seria uma ótima hora.

Ella pegou um cavalo, e começou a viajar, algo que amava, era se sentir livre, adorava aventuras, já havia vivido muitas e mal podia esperar para viver mais uma. Dessa vez ela sabia que iria entender tudo o que se passava em Alénmar, sentia que encontraria o que buscava.

***Anna Lins...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ella e Elle


O sol estava nascendo e Ella sabia disso por causa da luz lúdica que invadia a estação, entrando por aquelas vidraças enormes e sentindo prazer em mostrar que mais uma noite havia chegado ao fim, o movimento aumentava pessoas indo e vindo o tempo todo, todas muito atarefadas, e Ella ali sentada esperando o próximo trem. Havia jornais com notícias antigas jogados pelo chão, e eles insistiam em lembrar aqueles rolos de feno do cenário de faroeste, passando ligeiros por locais aonde não havia nada além de cadeiras vazias.

O barulho dos trens enchia a estação assim como o cheiro de café novo e pão fresco que vinha das lojas que se espalhavam por todo o perímetro. O relógio soou seis da manhã, Ella sabia que estava muito cedo para partir, resolveu esperar o trem seguinte, afinal Ella gostava da estação tanto quanto viajar de trem, o apito soltou uma nota aguda e o trem partiu, Ella ficou ali, reparando em quantos sonhos se passavam pela estação, quantos deles seriam realizados? Para Ella tudo ali passava mais devagar em um tom de sépia que Ella gostava bastante, então Elle se aproximou, Elle sempre se aproximava quando Ella estava pensativa, e mesmo quando não dizia nada era possível ver naqueles olhos brilhantes e ingênuos a vontade de saber o que se passava na mente de sua princesa, então Ella lhe respondeu com um olhar verdadeiro que Elle era capaz de entender com perfeição, Elle tinha muitos dons e esse era um dos que Ella mais amava. Então com aquele seu poder de compreender um olhar Elle a tomou pela mão e a levou até um piano que havia ali no meio da estação.

Havia muito tempo que Ella não tocava, mas Elle insistia com um olhar cativante, então Ella achou que Elle merecia um pouco do seu esforço. E tocou, buscou a musica que era mais preciosa para Elle, e o ensinou, assim Elle mesmo poderia tocar seus sonhos. Ella não sabia se Elle tinha gostado de aprender, tudo o que tinha conhecimento era que Elle se esforçava bastante, e isso fazia com que Ella o admirasse. Sim Ella o amava, e acreditava que Elle também a amava. Ella se sentia insegura pois antes tudo havia caído em meio ao vão e seus sonhos haviam sido descartados, e Elle percebeu que Ella estava triste, Elle parou de tocar se aproximou, a abraçou e disse: “Do que você tem medo princesa?”, Ella não falava nada mas Elle entendia cada silêncio, e respondia a cada um deles, “Sim, eu sou aquilo que você buscava, sou algo um pouco acima de um homem, serei eu mesmo com o desejo de que para ti seja tudo diferente.”

E assim Elle a apertou em seu abraço, e não havia lugar no mundo que Ella se sentisse mais segura do que ali, perdida naquele abraço.

***Anna Lins...